Frachising: menos glamour, mais realismo

11/11/2016

A crise no Brasil só intensificou uma característica nata do brasileiro. Um povo criativo, que tem em sua grande maioria gente trabalhadora que luta por um futuro melhor para si e para sua família. Seja impulsionado pelo sonho de ter o próprio negócio ou pela dificuldade de se recolocar no mercado como empregado, não importa o motivo, muitos brasileiros têm enxergado no Franchising um mar de rosas, cheio de oportunidades para desenvolver um negócio e melhorar de vida.

Até aí tudo bem. Os números do franchising impressionam mesmo: crescimento constante, resiliência nos tempos de crise, percentuais de crescimento acima do PIB. Isso sem contar as ondas de modismo que enchem os olhos dos futuros investidores. São franquias de diversos segmentos que entram no mercado uma atrás da outra. Uma onda de marcas para todos os gostos, apresentando aos candidatos chances imperdíveis de terem um negócio lucrativo!

Mas se o cenário é sempre lindo, por que vemos franquias fechando nos shopping centers? É simples. Apesar do franchising ter de fato uma taxa de mortalidade inferior ao de um negócio próprio, os franqueados não têm sido preparados para a possibilidade de encontrarem dias difíceis e de muita luta até alcançar os dias de glória. A cada ano aumentam os números de unidades de franquias repassadas nas redes de franquias, seja por insatisfação do franqueado, dificuldades em operar o negócio, problemas com capital de giro, entre outros motivos.

A melhor ferramenta para ajudar o futuro candidato a se conscientizar de que dele dependerá e muito o sucesso da unidade é a comunicação desde o primeiro contato com o franqueado. É preciso "desglamurizar" o franchising, tirar os candidatos das nuvens e sonhos e trazê-los para a realidade, com pés no chão firme. Informar que o resultado das vendas depende de gestão e estratégia e que o franqueado terá uma agenda diária de muito trabalho desde o momento da implantação ajudará a equalizar as expectativas e, diante de qualquer dificuldade, o franqueado estará mais preparado para se mobilizar em busca de soluções.

O medo paralisa, por isso é comum que franqueados que estavam vislumbrados com sua franquia, ao se deparar com qualquer dificuldade, paralisem e entrem numa espiral decrescente daquelas de não saber o que fazer no dia a dia para converter resultados.

Quer um conselho? Seja transparente desde o primeiro contato com o candidato, apresente a ele qual será a sua agenda semanal de trabalho envolvendo as questões de estruturação da unidade, obra, recrutamento, seleção e gestão da equipe. Fale também sobre como o franqueado deverá estar a frente da operação, e ainda controlar as finanças, encontrando um tempinho para por todas as ações de marketing desenvolvidas pela franqueadora em prática. Lembre-se que ele terá que participar de reuniões com fornecedores e de treinamentos com a franqueadora, além de entregar alguns relatórios periódicos a franqueadora. Tudo isso para ter a chance de dar certo. Talvez ele pense duas vezes antes de fechar o contrato, mas se fechar, estará muito mais preparado.

Vale também ressaltar com o seu futuro candidato as dores do processo de implantação e da ansiedade que ele enfrentará até o negócio alcançar o ponto de equilíbrio, sem esquecer de pontuar o exemplo do que não deu certo em sua rede.

Menos glamour e mais realidade fortalecerá seu franqueado e os resultados virão com uma relação muito mais verdadeira, transparente e perene. 

Mônica Lindo

Diretora de Desenvolvimento

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